terça-feira

Falta de paciência

Sofro de falta de paciência... custa-me o tempo que tudo demora, para começar, para acabar. O meu limite à frustração é de tal forma pequeno que fico encurralada qual algo corre menos bem... fico zangada comigo, fico triste com a realidade... falta-me o ar. Imagino o pior dos cenários e fico cansada de mim. Apetece-me fugir... mas para onde?

quarta-feira

Gosto

Gosto de limpar... Não a casa... A vida, a mente... Passamos anos a acumular, a juntar tudo o que nos vamos cruzando e muitas pessoas se esquecem de limpar, de arrumar em gavetas, de encher sacos de lixo, em doar o que já não nos cabe... Talvez seja porque tenho pouco espaço que o sempre fiz, preciso de espaço para coisas novas, bonitas, luminosas... E quando temos a nossa "casa" demasiado suja não há mais espaço para receber o que de belo nos vamos cruzando... Não há lugar para perceber o que temos dentro, tal é a confusão... Gosto da "fascina" mental, faz-me sentir inteira, faz encontrar maravilhas perdidas e criar espaço e tempo para o que a vida nos mostra quando estamos limpos... Não é uma questão de final de ano, são finais de ciclo que vamos com o tempo aprendendo a fazer... Há momentos que temos de parar e olhar bem para dentro e resolver o que queremos guardar, carregar, preencher... Acho que é algo que me tornei expert... Uau... Está na hora da próxima... E há tanto para limpar... Foi um ciclo rico de aprendizagem... E de tanto que entrou tenho muito que quero guardar naquele lugar especial, outro tanto que vou doar e muito que não se doa a ninguém... Talvez só mesmo para a reciclagem... Quem sabe não dará um candeeiro ou um cobertor no final. Gosto de isto em mim, porra!

terça-feira

Passei a noite a pensar no que me tira a paciência...

as vezes que fecho os olhos e tranco os ouvidos para o que me cansa... a quantidade de imagens que ficam gravadas de gente que afirma e desafirma fazendo... desajustes constantes de quem diz querer fazer diferente e quando se observa tudo é igual... gente que critica e se esquece de se ver... gente que goza com o que já foi com um ataque de amnésia constante... falta paciência... para ver e não querer... como uma violação... pessoas paradas como cães à espera do dono, onde a vida existe para se queixarem... pessoas com prazer em gozar o tanto que por dentro são e não vêem... cansada de vozes que falam alto para se ouvirem, de gargalharem a mais profunda tristeza dos outros... pessoas perderem tempo com... tempo... perderem... pessoas... cansada... paciência... (se em algum momento te identificares é bem possível que seja para ti, haja paciência)

segunda-feira

*de alguém que neste momento já não tem pele de tanto que arrancou

Há momentos em que precisamos que arranquem a pele por nós, que nos mostrem o céu que não vemos, que nos limpem os olhos, que nos acendam a luz quando o túnel está escuro, que nos mostrem caminhos seguros... Quando assim não é, não é. só temos de aceitar o que é, esfolar os joelhos que houver para esfolar e descobrir caminhos de mãos dadas a nós mesmos. como diz uma alma pequenina, mas muito grande: é a vida. 

sexta-feira

Estou zangada com as pessoas

Estou zangada comigo... Estou zangada... Se calhar não estou zangada... Estou triste... Estou desiludida, isso, desiludida. Desde de pequena que acredito que as pessoas são boas, verdadeiras, honestas, que se dermos o melhor de nós os outros tornam-se pessoas melhores também... Foi isso que aprendi quando era pequena, foi com essa profunda convicção que cresci e foi assim que senti as primeiras "des-ilusões"... Nunca fui perfeita, já falhei, muito... Mas sinto profundamente que não percebi no momento que o estava a fazer e muito poucas pessoas me disseram: "estás errada, estás a fazer mal, podes fazer de outra forma, assim ou de outra maneira, isso que fazes pode magoar-me". Pergunto-me tantas vezes porquê? Dá muito trabalho mostrar outros caminhos? Exige muito "perder" tempo a abrir os olhos a quem no momento não vê? Talvez seja unicamente ingenuidade minha acreditar que há pessoas que não se importam de "perder" o seu tempo a mostrar aos outros diferentes possibilidades, outras opções, outras realidades, outras perspectivas... Dá trabalho sim, levamos pancada por vezes, mas depois, o ver desabrochar do sorriso vale cada minuto... Faltam pessoas que sintam cada minuto como um ganho, um ganho de um sorriso, um ganho de uma vida melhor, que não é a nossa, mas é de alguém tão importante como nós... Gostava de viver num mundo assim, onde as pessoas são felizes também porque os outros o são... Gostava mas não posso, pois isso é um ínfimo... Não desisti ainda de encontrar esse mundo, ou esse bocadinho de terra onde a vida era como no Principezinho... Talvez ainda encontre a nave que me leve até lá..

quinta-feira

Feia

A vida é feia tantas vezes... É cansativa, seca, falsa, hipócrita... um pouco como as pessoas, um espelho de tanto que nelas habita... perco-me a observar, os passos, as escolhas, as palavras, os gritos, os gestos, as atitudes... os medos escondidos na coragem de quem não olha para o lado... e a vida corre, despenteada, não de prazer, mas de ausência de senso... como olhar para ela e a ver com olhos de a quem a sonha bela? Feia... Triste...

quarta-feira

Ela

Quando deixaste de ser tu? Em que momento a menina esquimó de cabelos e pele escura deixaste de ser tu? Em que passo te distanciaste dela? Em que escolha a sufocaste? Em que noite a abandonaste? Em que buraco a escondeste? Em que nevoeiro a perdeste? Com que tinta lhe roubaste as impressões digitais? Em que esquina lhe furtaste a segurança? Escuta, ela está a chamar por ti... está perdida e tu és a adulta da parelha, tens de a encontrar. Leva um cobertor, ela diz que tem frio. Passa na mercearia e leva laranjas, ah e um girassol, ela adora, lembraste? Fá-la sorrir. Ela precisa de sorrir. E do cobertor e das laranjas e do girassol. E de ti. Não precisas dela? Já nem sabes o efeito do girassol

terça-feira

Controle à parte

Quando a saúde nos falha e o nosso corpo deixa de responder, percebemos que não controlamos nada, que há coisas que não estão nas nossas mãos encontrar solução, que há decisões que não são nossas e quando travamos batalhas que não nos pertencem podemos estar a matar-nos aos poucos. Ficamos demasiado pequenos, e é no momento dessa pequenez que percebemos que temos de cuidar do que está realmente nas nossas mãos e deixar tudo resto acontecer, como tiver de ser. Nada acontece por acaso e há um momento na vida que conseguimos ver o que é mais importante. Que todos os sustos que a vida nos oferece sejam momentos que nos tornam mais perto de nós próprios e nos permitam fazer escolhas, escolhas por um amor maior.

segunda-feira

Pergunto-me para quê, sim para quê?

 O porquê já não preciso de responder, mas o para quê continua a cutucar-me... Não encontro resposta ou já me cruzei com ela sem vontade de a enfrentar. No dia em que o para quê sair do armário, de onde já tirei o porquê e o como, já nunca mais nada será como antes, sim eu sei que é isso, então porque não me consigo encontrar com o para quê?

sábado

Ela saiu a correr do bar e deixou tudo para trás,

as saudades do tempo que poderiam ter vivido, os olhos molhados que pousam na foto que a parede cansada ainda mostra. Não desistiu, ao contrário do que as vozes da ignorância gritam, escolheu o caminho que teimam em afirmar de louco. "Loucos são vocês, aí sentados nesse bar, a olhar a mesma foto e a falar das saias curtas e olhos vazios que desfilam." Ela queria mais da vida. "O que queres mais?" " Nunca irias perceber, pois apenas vês o que as palas te permitem ver. Fecha-te na caverna, pois só saberás viver no mundo das sombras, nunca aguentarias ver o sol que busco ver. Tu aí és senhor, pedir-te mais é loucura, minha. Só não me peças para ficar, preciso de sentir o sol, a chuva, o ruído, a magia, a fantasia, o vento. Não entendes pois não? Tal como não entendo como te chega ficares aí..." E essas foram as suas últimas palavras que se ouviram em eco naquela sala vazia ou cheia, depende de quem a olhava...

sexta-feira

Em construção

Não sou uma pessoa de passado nem de futuro, sou uma pessoa de presente arrastado... A paixão é o sentimento dominante na minha vida, quando ela surge, seja pelo que for, torna-se algo que me faz respirar, fazer por, mexer-me, querer mais e melhor, alimento-a, rego-a, envolvo-a e ela passa a fazer parte do meu ser. Tudo se complica quando por alguma razão nos magoamos, eu e a paixão que vive em mim. Converso com ela, muito, damos cambalhotas juntas e depois de muitas lágrimas, passo a viver com o suporte de vida para tentar fazê-la recuperar das várias paragens cardíacas que vai tendo... Tenho dificuldade em a deixar ir, arrastando-a ao colo mesmo quando ela já quase não respira e sofre... Poderia praticar eutanásia, mas mesmo depois de 38 anos, ainda não o consigo fazer... Depois de ela partir e ficar no passado, tudo fica tranquilo novamente mas até passar a linha, vamos claudicando doridas e cansadas... Tudo deveria ser como as andorinhas... Estão felizes e partem felizes, simples assim...

quinta-feira

E zás, já estava tudo no chão novamente.

 Porra, é o primeiro dia depois de uma longa ausência, as mãos tremiam, queria que corresse tudo bem. Durante o caminho na ponte prometeu que tudo iria ser diferente. Não gostava de faltar ao prometido, mas nem a maquiagem cuidadosamente planeada conseguia escolher os medos em cada centímetro da sua pele. O João entrou com aquele olhar que só ele conseguia ter, passou-lhe a mão no ombro e sussurrou ao ouvido: "respira, vai passar num instante, bebe um cole de água e começa de novo, tu és a melhor pessoa que eu conheço a arranjar o que está quebrado, vai ser canja." Ela soltou um suspiro, misturado com um sorriso, levantou-se e começou de novo.

quarta-feira

Quando somos pequenos temos muitos sonhos, desejamos ser tanta coisa e uma dela é ser crescidos. Que tontice, que graça tem ser crescido? O meu sonho é ser bruxa, só elas têm uma vassoura voadora... Poderia sair de madrugada pela janela e ver o mundo por cima dos prédios, olhar para baixo de longe, mudando a perspectiva de quem ao mundo não está colado... Não sei se quero ter uma verruga, mas quero sentir o vento na cara e reconhecer cada luz na distância. Viver despenteada e escolher o melhor chapéu preto, daqueles em bico que só elas usam, condizem com a vassoura. Esta noite vou sonhar contigo, talvez me leves bem alto aquele sítio onde juntas fazemos a festa, e rimos até doer a barriga, sabes como é? Eu mostro-te como gosto de ver o mundo e tu ensinas-me os loopings, só eles fazem-me rir como as nossas gargalhadas. Bons sonhos e até já

terça-feira

Era uma vez um mágico...

...que todos os dias entrava no seu escritório de paredes brancas, sentava-se na sua cadeira preta e olhava para o papel branco com a frase: "a vida pode ser (espaço) ou (espaço), tu escolhes!" Ele agarrava no seu carimbo redondo e zás, zás, colocava o M em cada espaço e sorria, trabalho perfeito. Mudava a folha e lá estava outra e o som ouvia-se novamente: zás, zás e logo de seguida um sorriso. O dia continuava assim acompanhado do sorriso a cada duplo som. Agora ouvia-se um som diferente, o apito de final de dia. Arrumava o carimbo e as folhas com espaços na gaveta e corria para casa. No caminho apanhava o metro e sentava-se na janela junto ao senhor de fato preto, aquele que o ensinou que não só os mágicos o vestem. Os óculos o fizeram denunciar, nenhum mágico os usa, apostava que seria feiticeiro, todos guardam segredos e fórmulas e... óculos. Não percebia o fato preto, mas havia-se resignado. A senhora de cabelo branco nunca lhe trouxe dúvidas, entrava todos os dias de guarda chuva, fizesse sol ou chuva incapaz de enganar um mágico! No momento da saída imaginava o caminho que percorreriam e sorria. A barriga já dava horas quando a chave rodava a fechadura. Lá dentro a sua esposa imaculadamente vestida de branco o esperava no meio de tachos e panelas, cozinhava maravilhosamente, um dia fazia arroz de pato, outro dia pato com arroz. Ninguém cozinhava assim, pensava ele ao lhe dar um beijo de boa noite. Os filhos corriam para ele com um beijo e o relato de um dia perfeito, sentavam-se à mesa, agarravam nos talheres e comiam cada garfada até o prato ficar sem resto para contar história. Lavam os dentes e iam para a cama, assim como ele, precisavam de descansar de um dia magnificamente perfeito. Vestia o seu pijama de riscas, olhava a sua esposa que já trajava a camisa de noite branca e dizia-lhe: tens de descansar ao mesmo tempo que lhe dava um beijo na testa de boas noites. Assim era todos os dias até àquela noite em que ela lhe perguntou: trouxeste magia? Não entendeu. Não era isso que acontecia todos os dias? Como ela não entendia que a cada carimbo era isso que ele desenhava para ela? Ela respondeu: tu escolhes o M errado todos os dias e sem o outro M já não consigo fazer desenhos de outra cor. Olha para nós, precisamos de ti, tu és o mágico! Olhou para ela, deu-lhe outro beijo na testa e pensou: "as mulheres são seres tão insatisfeitos..." Sorriu e pensou: "zás, zás... Perfeito."

segunda-feira



Não acumules silêncios, não guardes as emoções numa mala, faz ouvir a tua voz, grita de vez em quando.

sexta-feira

Cascas e outras

Dias cinzentos, dias menos bons, onde se tiram energias onde já não existem. Cansada, exausta, retirei a palavra luta do meu livro de cabeceira, rasguei mesmo a página, amachuquei e coloquei na parte mais funda do lixo. Porque que raio inventaram essa palavra que só nos cansa? A vida não pode ser isso, a vida é mágica, pelo menos foi aquilo que li no outro livro de cabeceira quando ainda agora tinha começado a juntar as sílabas. Direita, esquerda, espera vai em frente, volta atrás que por aí não tem saída. Percorrer, contornar, lá não falava nada de machados e martelos, era tudo fluido. Quem manda pegar no martelo? Dá a volta e contorna, quem sabe o muro não termina logo ali junto à cabeceira que falava de viagens e não de palavras que se escondem debaixo de cascas de laranja. 
RB

quinta-feira

Amanhã será apenas só amanhã.

Estupido como continuo zangada contigo. Zangada mesmo, daquelas zangas que não escolhemos mas que nos perseguem... Pergunto-me porquê? E lá no fundo não consigo ver a razão. Pelo menos de forma nítida. Noutro dia estava num concerto e ao ouvir uma música zanguei-me contigo. Vi o teu sorriso e ainda fiquei mais zangada. Lembrei-me de te chamar estúpido, mas quando abri os olhos já lá não estavas. Só o teu sorriso e aquele desviar de olhar que fazes quando percebes perfeitamente o que está a acontecer. Foi aí que me zanguei novamente. Fechei os olhos e deixei a música fazer o seu trabalho. Quando regressei, estava zangada mas sorria e relembrava o que os sorrisos podem fazer nas vidas. Ainda estou zangada, ainda te preciso de dizer. Quando deixar de precisar já não te digo, está bem? Hoje sinto frio, enrolo-me na manta e bebo café. Só hoje, está bem? 

quarta-feira

As minhas pessoas

Sabe bem quando encontramos pessoas interessantes, dizem alguns "a nossa santa se cruza", daquelas pessoas que a conversa flui, que nos puxam, assim como acontecia na meninice, nos agarravam pela mão e inventávamos castelos e piratas, cavaleiros e dragões com um monte trapos e paus que se enchiam de pó não fossemos nós os maiores imaginários do mundo. Gosto quando conheço gente assim, que fala que nem gente, sorri que nem gente, olha que nem gente, nos olhos, assim olho no olho, assim real, cheios de vida dentro do peito, de um mundo tão rico de tanto que vivem e sonham viver. Gosto de pessoas que vivem, que se dão e nunca adormecem na vida. Pessoas que nos ensinam que temos tanto para aprender e que nenhuma porta se fecha definitivamente mesmo quando a teimosia a enferruja. Gosto de rugas na cara e magia no coração. Gosto de gente que cheira a gente e que me transforma todos os dias em alguém melhor. Gosto da minha gente. Daquela que não precisa de ter, mas de ser. E como ouvi há muito tempo: "eu quero mais é ser feliz"

terça-feira

NÃO!

Já dizia Einstein, todas as vezes que dizemos que sim quando queremos dizer não morre um bocadinho de nós. E morre mesmo, o teu amor próprio, o teu prazer, o teu ser, morres tu. Alugam-te, abusam-te, desrespeitas-te... Ocupas a tua vida de ocupas que apenas vivem porque te vão roubando bocadinhos da Tua vida. Deixa as mil tarefas, obrigações e vontades que não sendo as que queres no momento podem aguardar, ficar guardadas ou executadas por quem as deseja. Foco é isso, não deixes que nada nem ninguém te manipule, te conduza, que leve a ser aquilo que não és. Foco, é viver a vida que queres viver e que ninguém o viverá por ti. Foco és TU.

segunda-feira

Quando olhas o que vês?

 Estou zangada. Não, não é contigo, quero resolver isto, quero me relembrar como era antes de estar! Quantos degraus vês? São esses? Tu vês? Tens a certeza? Mostras-me? De mão dada e olhos fechados vou devagarinho. Se não tiveres a certeza pelo menos descemos juntos, sei que não me deixas cair. Está bem, contigo também me levanto e encontramos o espelho juntos. Deixa só eu respirar e deixar o medo passar. Não me largues a mão, está bem? Só até o medo passar.

sábado

Nem tudo o que parece é

Pensas que é por ti que sofro, mas não é. É por ele. Um ele que se atravessou na minha vida e deixou magia. Não tive coragem, não fui correspondida, não aconteceu... Mas é nele que penso todas as noites e que imagino estar em cada sonho, pois só lá posso estar com ele. Não o amo, mas desejo-o como um dia te desejei a ti.

quinta-feira

Hoje é um desses dias

As pessoas vivem frustradas e descontam nas crianças. São seres frágeis e mais fáceis de dominar, fá-las sentir fortes. Tal qual a violência doméstica, tornam as pessoas deprimidas, feias, com baixa auto-estima para se sentirem maiores, gigantes, mas são os seres mais ínfimos do planeta, pois só têm tamanho se reduzirem os outros a pó.
Este mundo é demasiado estranho. Tenho dias que sinto dificuldade em perceber qual o meu papel nele. 

quarta-feira

Ligar os pontos

A vida dá tantas voltas que por momentos temos de voltar aos lugares onde viemos para redescobrir quem somos. Parar e respirar. Limpar o que há para limpar e deixar a vida responder. Sim, porque há momentos em que por mais que nos esforcemos não temos resposta à pergunta que mais nos atormenta: porquê? Aí paramos, respiramos, observamos, silenciamos e esperamos respostas. Elas surgem. Surgem mesmo, temos só de aceitar que a vida manda parar. Parar de resolver, responder, agir, perceber, entender. Paramos para depois ligar os pontos. E está tudo bem. Só temos de deixar o ar entrar e aguardar calma e atentamente o que ela nos sussurra.

terça-feira

Há dias...

...em que o coração aperta, há momentos em que ganhamos outros que perdemos, outros ainda que temos de encontrar coragem escondida lá no fundo da rua. Há horas de deixar escorregar a cabeça por entre as mãos, outras que a temos de erguer mesmo que pese ainda quilos demais. Há minutos de dúvida, de dor, de medo e outros onde o coração salta do peito porque sabes que é por ali. Há segundos onde paras o tempo para pensar, outros que escolhes agir. O caminho é a soma de todos eles.

segunda-feira

Para sempre...

Não existem fórmulas mágicas, existe ser feliz a cada dia, com o amor no coração, o entendimento numa mão e a magia na outra. Assim somos melhores, mais ricos, mais verdadeiros, mais nós na nossa essência, sem pontos finais numa crescente só possível aos que tentam e acreditam nestes três pontos.
#ligarospontos

Já comeste tudo?

Penso que a vida se senta a comer pipocas enquanto nós nos entretemos em cambalhotas. 

sábado

Minhocas

Há pessoas que têm minhocas lá dentro, que são lindas por fora e podres por dentro. Arre, people!

O que seriamos nós sem o “O”?

 Sim, vogais, tínhamos mais 4, letras do alfabeto mais 22, mas como mostraríamos o nosso espanto que só um ohhhh pode nos dar, do Olá matinal passaríamos a encaminhar para lá e o amor teria ainda mais consoantes do que a sua essência já transborda. Deixaríamos de ter ódio, mas manteríamos a saudade, sentimento tão característico de um país que também ele seria um dobrar de língua que nunca mais acabava. Haveria alegria, amizade, cumplicidade, lealdade, fidelidade, justiça, igualdade, poderíamos mesmo chegar a uma plenitude, mas embora continuasse a existir o eu e o tu, o nós nunca mais teria sentido e só por isto este dia dedico a ti e que te juntes a um dos teus pares e nos transformes em infinito.

sexta-feira

Digam lá se eu não era uma gaja gira?

 Tinha um ar de requila que me dava uma certa pinta. Fazia cara feia ao que não gostava. Não papava grupos, se não gostas põe-te a mexer que a vida galopa. Até atirava microfones ao lago, só não sabia jogar futebol, mas jogava, não sei bem se era futebol, metia-me no meio dos rapazes quando eles andavam atrás da bola, sem regras ou nomes pomposos, ouvia-os a ralhar, mas sempre achei que fazia parte da coisa. Por vezes ficava sentada, num banco improvisado e gritava para dentro do campo: joga, passa, corre, marca... O som era igualzinho ao do estádio mas com menos mães ofendidas e muito menos partes íntimas enunciadas. Comia pão com manteiga molhado no café com leite da minha avó, ao som de: vens sempre toda suja. Era a vida avó, nessa altura ela não se entretinha a comer pipocas ou era eu tão despachada que nunca deixava a vida assistir, ela tinha mesmo de mostrar do que era capaz. E quando ela se demorava em conjecturas, eu dava-lhe uma cotovelada e dizia-lhe em tom firme: há muita coisa para fazer, despacha-te lá com isso. Saudades tuas, miúda!

quinta-feira

Outono

Acabaram os mergulhos, a areia entre os dedos dos pés, o sabor a sal, o cheiro a maresia, as noites quentes em que repousamos em cadeiras ao relento, as cervejas fresquinhas, o suor a escorrer, o sol a queimar, os dias longos, as vidas pausadas. Começa as mantas enroladas no corpo, a chávena de café a aquecer as mãos, o cheiro a terra molhada, a chuva a bater na janela, um copo de vinho no prolongar da noite, o estalar da lenha a arder, as castanhas nas praças, as árvores despidas, os cachecóis, as luvas, as botas e os gorros, a vida a acelerar. Adoro o verão, mas o que eu gosto do outono.

Uma mesa de amigos

É isto que se vê nos cafés, nos transportes, nos empregos, nas férias, nas ruas, nos sofás e nas camas da nossa vida... Já se perdeu o tempo de olhar no olho e ficar a ter aquela conversa boa que teremos toda uma vida para recordar e saborear... cada vez mais as pessoas estão intoxicadas na sua solidão, tornando-se bibelôs até não sobrar nada, talvez apenas cacos... Saudades de quando tudo era tão mais especial.

quarta-feira

Saudades

E quando se tem saudades, mas de nada vale o dizermos, o que se faz?
Guardamos o grito no fundo do peito, colocamos aquela música no gira-discos e engolimos devagarinho para não doer demais a passar.

terça-feira

Consegues parar 5 minutos o que estás a fazer?

 E o que estás a fazer? O que andas realmente cá a fazer? Se nunca te fizeste esta pergunta, procurares esta resposta pode mudar tudo o que andas a fazer e nem sabes porquê...

segunda-feira

"Aí, R., R., como é que vamos sair desta?"


Não saímos...
Dez anos sem ti... Dez anos de saudades.
Procuro a tua voz na minha cabeça com medo de esquecê-la, vejo cada um dos teus tiques, cada conversa prolongada e o teu olhar sério... Ainda tenho decorado o teu cheiro e cada toque da tua mão por pequeno que fosse. 
Sinto falta de te ter comigo, connosco. Tenho saudades do que imagino... te ver falar com eles, do que iriam aprender contigo, como eu aprendi. Da tua palavra certa... Queria me sentar contigo nem que fosse em silêncio e ver o teu olhar que dizia tanto.
Já sobrevivi a 10 anos, a dezenas de escolhas sem ti, mas só eu sei o que estes 10 anos da tua ausência causaram nas nossas vidas.
Foste rico durante 28 de mim e 56 de ti, não serão estes 10 ou mais outros que possam vir que irão apagar o tanto que somos graças a ti.
Ias ficar tão feliz de vê-lo crescer, sensível, humilde, carinhoso, dedicado, preocupado com o próximo... E ela, inteligente, esperta, direta, com o dom da palavra e da argumentação, um furacão. Eles são um pouco de ti e neles vejo o teu brilho todos os dias.
Um beijo daqui até aí, com vontade de ir ter contigo para sentir a paz e a segurança que só sinto ao teu lado.

quarta-feira

Alturas

Cheguei a uma altura da vida que sinto que já não tenho a mesma capacidade de aguentar as pessoas que nada de bom têm lá dentro, que são vazias, que não amam de coração cheio, que se ausentam de magia. Pessoas que se resumem a deixar a vida andar aos tropeções sem mais. Sempre guardem um enorme espaço para quem magoa por magoar, quem erra nem tentar corrigir, por acreditar que todos são capazes de ser mais e melhor. Neste momento já não consigo ver as pessoas com esse olhar, cada vez mais me deixo ficar no meu canto sem querer ou desejar fazer algo por elas. Durante muito tempo procurei pessoas que me tentassem melhor, que me despertassem o melhor que posso ser, mas estas são tão escassas que no meio desta luta me senti sozinha. Vou-me voltando para mim e tentar todos os dias ser o melhor que posso ser, mas sem me cansar em demasia com lutas que não são minhas. 

quinta-feira

Amar no improviso ou no planeado

Cheguei! Pode bem ser a frase soltada a viva voz ,antes de um encontro de olhares que nada se fazia esperar. Muito do amor é assim, simples e improvisado ou complexo e delineado. Gosto de amores que não se esgotam em rotinas, que nascem a cada dia, seja ele de sol ou de negro céu. Gosto de cartas escritas em papel de cozinha e deixadas na máquina de café ou de folhas calmamente recortadas e depositadas num pote de vidro para momentos que estão por vir. Gosto de malas feitas à pressa e de detalhes repensados vezes sem conta para que nada seja deixado ao acaso. Gosto de fazer amor numa cama de pétalas ou na entrada de casa pois a sede é demasiada para se fazer esperar. Gosto de gostar de ti, nas tuas atrapalhações e nas tuas perfeições, gosto que ames cada estria do meu corpo e cada cabelo ainda por branco vir. Gosto que te enroles em mim, me peças colo e me digas, estou aqui. Gosto deste amor meio amalucado que nos caracteriza sem medo de ser quem somos, mesmo que aos outros pareça devaneio. Gosto de Nós.

quarta-feira

Amizades

Cada dia há mais pessoas a chocarem-me de maneira sórdida... Pessoas que comem tudo até ao tutano do osso e depois desaparecem sem deixar rasto. Há verdadeiros parasitas neste mundo e confesso que quanto mais o tempo passa menos vontade de estar disponível para os demais...

Tentas?

Da minha janela lê-se "Eu vou mudar o mundo"... juro que tento, juro que acredito, juro que me sinto cada dia mais cansada... Todos os dias tropeço nela, como em mim há trinta anos atrás, onde acreditava com a mesma força, com o mesmo querer, apenas com mais fôlego. A precisar urgentemente de uma bomba de oxigénio para não matar este crer. Talvez de mudar de janela...

terça-feira

Sentimentos

se me perguntarem sobre o que gosto de escrever, responderei sempre: sentimentos, pois não consigo encontrar nada mais importante no mundo do que aquilo que sentimos e os outros sentem, seja ele que sentimento for. são os sentimentos que comandam as vontades, os passos, as hesitações, são eles que verdadeiramente mandam na nossa vida. tantas vezes somos uma montanha russa de sentimentos, de manhã, tranquilos e optimistas, ao almoço excitados e vigorantes, à tarde zangados e furiosos, de noite cansados e deprimidos, ou não. esta cadencia depende de cada um, mas nunca se consegue ficar uma vida no topo ou no vale e a forma como lidamos com as diferentes oscilações faz de nós quem somos. eu sou impulsiva nos meus, gosto de me deixar levar por aquilo que acredito, corro sempre atrás, sem deixar nada por dizer. por isso hoje digo, estou cansada de correr. 

segunda-feira

Acelerada

Nasci acelerada. Treino todos os dias para o pé direito da vida não carregar muito forte e haver um tempo para respirar, mas depois lá oiço ao fundo o Gabriel, "Não é preciso respirar, é preciso viver". Talvez por isso sou tão avessa às rotinas, fazendo "mudastis" radicais que não abanam só as cortinas da casa. Por vezes lá tem de vir o betadine para ajudar nas escoriações, mas normalmente tudo acaba por passar com o tão desejado ou amaldiçoado tempo. Fora estas, procuro que todos os dias exista algo de especial para que o dia conte e não se confunda com todos os outros de tão igual. Compreendo quem encontra estabilidade nas rotinas e que precise delas para se organizar, como acordar e fazer tudo pela mesma ordem todos os dias, mesmo que possa fazer pela ordem inversa que tudo irá dar certo. Ir ao mesmo café, gostar de se sentar naquela mesa, atravessar a rua na mesma passadeira e até mesmo comprar o jornal no mesmo sítio. Há quem vá de férias, todos os anos para o mesmo local e eu entendo, mas a mim a rotina desorganiza-me, destabiliza-me, desencanta-me. Preciso de ver diferente, de sentir diferente, de ouvir diferente, mesmo que seja o mesmo, mas a perspectiva tem de ser outra para o sabor não ser sempre tão demasiado igual. Tudo isto porque passei por um acidente e tive em fila por demasiada curiosidade dos transeuntes e perguntei-me, "Porque esta gente pára para ver? Não estão a sair dos carros, por isso nada de produtivo daqui sairá. Será para preencher o espaço da novidade, aquele que a vida não permite alimentar? Logo terão assunto para destruir as conversas conhecidas e falarão do acidente, dos feridos e do trânsito...".
O que uma simples fila de carros causa na cabeça de quem nasceu desprogramada... vai mas é trabalhar...

quinta-feira

Porque é que a passagem do ano é algo tão importante para as pessoas? Um livro em branco... como se o cruzar dos ponteiros fizessem magia, permitissem recomeçar... O estupido disto tudo é que o podemos fazer todos os dias, a qualquer momento, quando quisermos, sem precisarmos de data marcada, basta acreditarmos que é exatamente isso que queremos fazer... Dia 4 de março parece-me um excelente dia, se fosse nesse dia que acreditei... O difícil por vezes é acreditar, acreditar que é isso que queremos, que é por aí ou por ali que queremos desbravar... E se eu me arrepender? E se eu quiser voltar atrás? Esse é o preço que têm de pagar as pessoas intensas, que não se cansam de procurar a felicidade mesmo que para os outros tenham já tudo para serem felizes...
Estou-me borrifando para o que os que não me interessam pensam das minhas escolhas, dos meus olhares, dos meus amores, dos meus valores, de mim... O que pensam de mim não me pertence, é de cada um e terei sempre a escolha de lhe dar o valor que entender... Acreditar, ser livre... Para ir e voltar, em 2015, em 2016, agora e sempre que o acreditar seja aquilo que nos guia...
"Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que escolhi me tornar." Jung

sexta-feira

Sentada observo o piscar da árvore, a cada vez que a luz acende relembro cada imagem que guardo, debaixo do pinheiro envelhecido que já não tem cheiro de madeira e o verde já escolheu outra casa para morar. como te entendo... não há neve, não há brasas, não há gargalhadas, não há... há apenas a palavra muito nossa... lembro-me de desejar a chegada ainda em outubro... hoje desejo adormecer no dia 1 e voltar a acordar no ano seguinte... sim, por eles, visto por dentro o fato de mãe natal e depois para despir deixa demasiadas cicatrizes... até dia 1, vou fazendo os curativos necessários e dizendo baixinho: já passou, já passou...

segunda-feira

Porque na hora da despedida levo os cheiros, a terra molhada, a lenha queimada, a azeitona... Levo o som da água, da música, do silêncio, da paz... Levo cada piscar, cada vela, cada pormenor que faz sentido no lugar onde está... Levo o vento, a cadeira de embalar, as mantas, as almofadas, as lambidelas dos cães... Levo cada momento e cada sentimento que um espaço assim nos faz sentir, longe de tudo, do mundo mas muito perto do que verdadeiramente importa... o coração.

Dias

E pumba mais uma cambalhota... a vida e as suas cambalhotas... por mais que lutemos por vezes, por mais que queiramos nem sempre aquilo que desejamos conseguimos alcançar... Começamos a ficar cansados, cansados de lutar, de viver todos os dias a mesma coisa... procuramos forças para nos reerguemos e elas mantêm-se escondidas, com medo... Medo do que ficou para trás e escondeu os sonhos... Recomeçar, sempre e mais uma vez, todas as vezes... Cansava, hoje... Só hoje...

A vida passa a correr...

A vida passa a correr... Há um dia em que acordas e tudo mudou... Já não estão a acabar as férias, já não vais de mochila às costas carregada de sonhos e curiosidades... Já não ouves a campainha a tocar, as gargalhadas e os empurrões... São eles, grandes, imensos... Como chegou aqui tão depressa? 
A vida passa a correr... Hoje são eles que cheiram os livros, descobrem canetas, borrachas e sonhos... Fico sentada a admirar, a sonhar com eles, a tentar perceber onde se meteram estes 30 anos... Hoje queria me enfiar nas suas mochilas e viajar ao mundo onde tudo era diferente, onde a vida demorava tanto a passar, e havia livros novos, canetas, gargalhadas e empurrões... Lá está ela... A campainha... São horas de eles entrarem... E eu ficarei do lado de fora, tentando arrumar o coração lá dentro, pois ele teima em andar sempre nas mãos... (Eles voam e eu amo vê-los voar... Só custa um bocadinho o arranque...)

quinta-feira

15 anos

Sei que sou um ser meio estranho, refilona, insatisfeita, que continua a acreditar naquilo que tantos deixaram de o fazer aos 15 anos... "Porque tem de ser, porque é assim", acho que ainda não sei bem o que isso significa. Porque acho que é possível, porque pode mesmo ser, porque ainda acredito que vai acontecer... Não sei se hoje ou amanhã, mas os 15 anos que habitam em mim, dizem-me todos os dias ao ouvido: acredita. (E eu faço tudo o que os meus 15 anos me dizem, porque sei que no fundo eles ainda vêem o mundo com o coração)

quarta-feira

Vulgam que tenho cara de má...

"Sou pouco dado a deixar que entrem na minha vida de forma mais intrusiva. Sou pouco dado a mudar de expressão que me toca em pontos que não quero deixar expostos. Sou pouco dado a palavras que não gosto. E pouco dado a gestos com que não simpatizo.
Nas poucas vezes que me dou, sem um sorriso mostrado vezes demais para terem descoberto que sendo meu não é o que procuram, sou genuinamente mais feliz por ter encontrado do outro lado quem também sorri comigo numa espécie de sorrisos de segredo. Daqueles que só se mostram a alguns que o merecem. Mesmo que só naquele instante.
É complicado não sorrir como todos conhecem. E mais complicado é escolher em que momento devo sorrir de outra forma a alguém. Mas atiro de lado como a pedra para o lago ficando na expectativa de poder fazer os 7 saltos que anseio desde criança." Pedro Sadio
Uma vez conquistado jamais voltará a ser meu...

sexta-feira

Talvez seja eu...

Pornografia pode ser alcançada de muitas formas, mas quando falamos de erotismo não poderia estar mais de acordo...

quinta-feira

Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Álvaro de Campos
(num mundo social de gente perfeita talvez seja preciso por vezes as pessoas acordarem para a vida real)

Há dias...

Por vezes temos tanto barulho na cabeça que só nos apetece que nos passe um comboio por cima para levar todos os barulhos consigo...
Imagem retirada da internet

Forte ou ferro

Um dia alguém inventou que eu era forte. forte na vida, aguentas... e quando não se aguenta faz-se o que? chora-se no chão da casa de banho para ninguém ouvir? já fiz isso... enrolamo-nos na cama depois de um duche quente? já fiz isso... liga-se para um amigo a meio da noite? já fiz isso... o que é ser forte afinal? para mim ser forte é permitir-te sentir, gritar e dizer ai quando doi, ir ao fundo limpar tudo, lavar as mágoas, mas todas e reconstruir-te, com cicatrizes e amolgadelas, mas que nunca te impedirão de Ser... é aprender com aquilo que a vida nos dá, que nós lutamos por manter e com aquilo que a vida nos rouba... neste sentido sou forte, ainda não limpei todas, as mais fundas ainda têm uns cantos sujos, mas continuarei a fazer por isso, porque ser forte não é um ponto, é um processo... não se vê a olho nu... o que há mais para aí são armaduras, baratas, mas pesadas e cheias de merda... um dia enferrujadas não sobra nada... não és de ferro, nem queiras... carninha da boa, trata bem dela que até ver é única.
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quarta-feira

O que é isso do amor afinal?

Acredito que o amor existe para sermos mais felizes, mais felizes do que somos sozinhos... acredito que o amor não nos pode roubar a calma e a alma... acredito que só vale a pena se for para valer, a dar tudo, a amar até ao tutano do osso... acredito que existe para nos fazer crescer, para nos tornar melhores, para nos carregar quando não temos forças, para nos mostrar como se faz certo, para nos acarinhar nas horas difíceis e nos fazer sorrir... para rirmos em conjunto quando a vida vai bem, quando tudo está no ponto, no gosto, na temperatura...
Não acredito em amores que nos roubam, nos assaltam, que nos matam aos poucos... não acredito em penduras, em parasitas... não acredito em gente que não sabe Ser, mas que quer ter, ganhar, vencer... não acredito num amor não dedicado, não preocupado, ausente, à espera que passe... esses amores, que nada têm de amor, a única coisa que nos acrescentam é uma sensação de diminuição...
acredito que pessoas que "amam" assim, não se amam, não se valorizam e a única coisa que querem é diminuir o outro à sua dimensão. assim como um homem que bate numa mulher ou uma mulher num homem, qualquer agressão, verbal, sentimental, aliada à mentira, nada tem de amor, mas sim de falta de cérebro... como compreendo quem não consegue sair, quem não tem força para bater a porta, quem não consegue ficar sozinha... já sente que vale tão pouco, como ter força para lutar por mais? sim, mereces mais, mereces por ti, pelos que te amam, pelos que lutas todos os dias... mereces porque és gente com vontades, desejos, que tem direito a ser amada em bom, aquele amor que é de verdade, onde se despe a camisola, as calças e toda a merda agarrada para os poderes ir buscar onde tiverem. e sim, isso é aquilo que eu acredito... muitos me chamam de irrealista por querer um amor assim e não me bastar as migalhas que o outro está disposto a dar. se pões o avental todos os dias, amassas a massa e és capaz de fazer pães maravilhosos, nunca, mas nunca te contentes com migalhas...
O amor para mim é feito de farinha, água, sal e fermento, amassado a dois, sujos a dois e comido a dois... se não for assim, não é preciso que uses avental, deixa que eu faço pão sozinha... afinal sou filha de padeiro.

Porque construímos relações?

as pessoas encontram-se pela vida, esbarram-se por querer, sem querer, mas sempre por escolhas de caminhos que se fazem... mas nem sempre, ou na maioria das vezes isso conduz a uma relação, seja ela de que intuito for: trabalho, amizade, paixão, amor, cumplicidade, entendimento, zanga, raiva, ódio... mas há um momento em que esse encontro se traduz e se projecta em algo que não existia antes. e como é que isso acontece? escolhe-se? sente-se? impõem-se? quando decidimos que queremos isso? porque presumo (infantilmente, por ventura) que se escolhe... porque quereríamos nós nos apaixonar, serve para quê? ou trocar trapinhos ou apenas fluidos? é uma necessidade, uma urgência, uma decisão? teremos nós apenas medo de não ter com quem trocar, seja o que for... uma conversa, um toque de mãos, um par de estalos? poderíamos viver a vida sem nos relacionarmos, ou seja, agindo apenas, sem sentir coisas por de trás dos actos... é uma forma de estar na vida (talvez um pouco psicopata/sociopata) que nos protege de arranjar cicatrizes parvas e dores onde elas não existiam antes... é como decidir fumar um cigarro e ficar com catarro... é estúpido! mas a malta fuma que se farta... e escolhe e quer e continua... será assim o mecanismo relacional? se precisas de dar uma queca dás e vais à tua vida, sem essas merdas de dores e arranhões (de alma, quero eu dizer)... mas não a malta quer bem mais, quer ENVOLVIMENTO, SENTIR COISAS, ENCANTAR-SE, AMAR, DESILUDIR-SE... e depois queixam-se das escolhas que fazem... fazem?
no final de todas as contas feitas porque nos relacionamos? qual o ganho que nos mantém, que nos sustenta a vontade de querer?

Comum/Raro








(…) o que pode ser comum sempre terá pouco valor. Em última instância será como sempre foi: as grandes coisas ficam para os grandes, os abismos para os profundos, as branduras e os temores para os sutis, e em resumo, as coisas raras para os raros. Nietzsche em Além do bem e do mal.













Imagem retirada da Internet

Colo





chego a casa devagarinho, ponho a chave na porta com cuidado... silêncio... respiro todos os cheiros que nela habitam, fecho os olhos e ouço as gargalhadas que se ausentam... sorrio... de novo o silêncio... suspiro... acendo o incenso, ligo a música... vou à cozinha e abro uma garrafa de vinho... escolho o melhor copo, aquele grande e oiço o líquido a espalhar-se pelas paredes... ligo a torneira no quente e deixo a espuma se formar... tiro peça por peça... hoje só as duas, precisamos de nos encontrar por vezes, pôr a conversa em dia, dar-te uns puxões de orelhas e muito colo... deixo-me permanecer até os cheiros, os gostos, a temperatura começar a fazer efeito... enrolo-me na toalha e adormeço... só tu te podes dar aquilo que queres, nunca esperes de mais ninguém, apenas de ti mesma e permite-te um momento em que tu e tu se encontram para uma conversa de almas...

terça-feira

contigo já não...

já não me consigo zangar contigo... devagarinho vou puxando a ficha da corrente... já houve tempos em que me zangava, em que te dizia, em que me perdia no teu olhar à procurar o que lá no fundo havia... hoje já não consigo... estou triste contigo, porque estás a perder tudo, porque queres, porque escolhes, porque tens vontade, porque tens direito... mas não já não estou zangada contigo, estou apenas triste, porque perdes quando escolhes ficar de olhos fechados, a olhar para dentro de ti e não vês nada do que se passa à tua volta... como alguém se zanga com outro alguém por escolhas conscientes? só enquanto sentimos que podemos fazer algo por esse alguém... e não, já não há nada que possa fazer por ti..

de costas voltadas

há dias que me zango contigo, que me revolto porque não vês... como se um manto te tapa-se a cara tal qual quando eras pequena em tamanho.. em que acreditas e tornas a acreditar que a vida sabe o que faz... em que te convences que os sapatos que trazes calçados não te magoam os pés, mesmo que um dia te tenhas apaixonado por eles naquela montra e tenhas dado couro e cabelo por eles... bem sei que achavas, mesmo lá no fundo que precisavas deles, que eles te iriam mudar a forma de ver a vida, te fazer acreditar... e fizeram... acreditar que eram lindos e também que fazem bolhas e crostas, mas voltaste a acreditar que isso era coisa para gente fraca... o que são crostas afinal... eram lindos... chegava algumas horas que às escondidas os tiravas, que tinhas dúvidas, mas qual quê... tinhas de usar, tu a super que é capaz de tudo... mas chega a noite e a única coisa que sentes é o peso deles mesmo quando te descalças... choras as mazelas e eles continuam ali lindos, bem tratados, confortáveis... e tu? quando vais aceitar que precisas de estar descalça e sentir o chão? aquele que é quente, frio, mas que te faz sentir tão livre que podes fazer o que quiseres, até dançar... naquela noite em que os tiraste e pisaste a praia e não os querias voltar a calçar, percebeste tanto... mas... o mas é sempre uma grande merda... estou mesmo zangada contigo. e não sei se continuares assim, se me apetece fazer as pazes...
Imagem retirada da Internet

segunda-feira

Ser criança...

"Uma criança pequena costuma rir mais de quatrocentas vezes por dia e um adulto dezassete." Porque queres crescer então? Se te conseguisses lembrar sempre como é bom ser criança não te atrevias a crescer! 
‪#‎projectodefelicidade‬

domingo

No intermédio...

"(...) é no intermédio que o amor se testa, se prova, se agiganta. o amor de quem atravessa a ponte, que tem de carregar uma vida, os laços de uma família, de uma terra, que se leva nos ombros, devagar, passo a passo. ponte dura de passar, cheia de cordas que prendem atrás. mas cheia de esperanças que nos ligam ao futuro. e aqui, é a certeza do que se quer, a certeza do que nos faz verdadeiramente feliz, que nos dá força. e é aqui que se prova ao outro lado tudo o que se quer. a prova mais imensa: quando alguém está disposto a mudar uma vida por amor. é no intermédio que o amor se testa, se agiganta - também muito o amor de quem está do outro lado da ponte, a puxar, a gritar, a chorar, a sorrir. a dar o peito a todas as facas, a segurar todas as cordas ainda presas. a pedir: deixa-me trazer-te ao colo, a ti e a a todas as tuas malas. a pedir: deixa-me ser o braço que sempre achaste que não precisavas. mas por respeito, a não impor. mas por respeito, a não sobrepor. apenas a dar a mão. apenas a amar. apenas a vibrar. apenas a desejar. apenas a querer ser tudo. já."
(as palavras que podiam ser minhas se eu soubesse escrever assim)

sexta-feira

Insatisfeita

As pessoas que convivem comigo na sua generalidade me caraterizam como uma insatisfeita... E eu pergunto, quantas pessoas que conhecemos se consideram satisfeitas? "Como vais? Andando" 
Elá, alto grau de satisfação! Reclamam que estão gordas, magras, mal amadas, chateadas com o tempo, com o café que está quente demais, da comida que está fria, do chefe, do dinheiro, da vida... Quantas? Mas essas são normais, não são insatisfeitas aos olhos dos comuns, simplesmente porque apenas se queixam, não fazem absolutamente nada para se sentirem mais satisfeitas. "É assim a vida, temos de nos habituar." Mas quem definiu isso? Se a malta apenas se mexer para se coçar ninguém tem culpa... Quando se pertence ao clube dos insatisfeitos assumidos, não reclamamos para sermos vítimas, para fazer conversa, para gastar tempo, fazemos para mudar, procurar satisfação... Muitas vezes batemos com os cornos na parede, mas não foi quando nos baixamos para coçar a micose...
Assim como numa reunião dos IA: o meu nome é Rute Borges e sou Insatisfeita, há quase 38 anos e não procuro cura, procuro abraçar o mundo, mas todo aquele que a minha insatisfação comandar.
(Por vezes apanho uma doença, inércia que dá cabo de mim, se alguém souber onde são as reuniões dos inertes anónimos me forneça o contacto sff, só para levar uns empurrões). 

quinta-feira

Há fotos que me roubam as palavras...


Disparates

Gosto de guardar tempo para fazer disparates (prefiro o termo guardar e não gastar, talvez porque nada do que está gasto me dá prazer)... Quando o fazemos, pegamos aos outros tal qual uma gripe, mas daquelas gripes boas (que não existem, apenas na minha imaginação) que tendo como efeito dominó torna a nossa vida e a dos outros mais divertida... Há quem se vacine e decida que não se quer infetar, nada contra, embora acredite que não consegue sair do lugar quem gasta tempo parado... Guardo tempo a observar o ridículo das coisas e deixo-me contaminar e aprendo a rir com a idiotice que a vida nos devolve tantas vezes... Depois observo as vacinadas... É assustador como pessoas tão perto de nós se podem tornar estranhos... Eu que nunca fui contra as vacinas, acho que aquela que os adultos decidem tomar sem indicação médica, um tipo de automedicação que torna as pessoas sérias, feias, medonhas... Sou um pouco anormal, mas no fundo não passa tudo de uma escolha, certo? Benevenuto alla mia vita, anormale! 

‪#‎permite‬-te

terça-feira

CRIANÇAS AMADAS SE TORNAM ADULTOS QUE SABEM AMAR


“Nós somos seres emocionais que aprendemos a pensar, e não máquinas pensantes que aprendem a sentir.” – Stanislawski Bachrach
Nossas primeiras experiências com o mundo marcam o nosso desenvolvimento emocional. Na infância, uma rede que ligará o nosso corpo e mente será tecida, e determinará em grande parte o desenvolvimento da nossa capacidade de sentir e amar.
Neste sentido, o nosso crescimento emocional dependerá de nossas primeiras trocas emocionais, que nos ensinam o que ver e não ver no mundo emocional e social em que vivemos.
Assim, o campo da nossa infância nos permite semear as sementes do amor de forma natural, o que vai determinar que a capacidade de amarmos e ser amados cresça saudável e nos ajude a crescer.
Se alimentamos as crianças de amor, os medos vão morrer de fome
Amostras de amor e carinho elevam a autoestima em crianças e as ajudam a construir uma personalidade emocionalmente adaptada e inteligente. Ou seja, o nosso amor ajuda-as a gerenciarem medos naturais que surgem em diferentes idades, incentivando um nível saudável de sensibilidade.
As crianças têm uma confiança natural. Na verdade, nos surpreende ante dificuldades insuperáveis e fracassos repetidos, não desistam. Em outras palavras, persistência, otimismo, automotivação e entusiasmo são qualidades inatas.
“Neste sentido, é o mundo, ou melhor, os adultos, que minam a inteligência emocional com a qual nascemos.”
Perceber isso nos ajuda a estarmos cientes de que amarmos nossos filhos e educá-los com respeito, empatia, compreensão e expressão de sentimentos, controle de raiva, adaptabilidade, a bondade e independência é um papel muito importante.
O que podemos fazer para criarmos crianças saudáveis e felizes?
O temperamento de uma criança reflete um sistema de circuitos emocionais inatos específicos no cérebro, um esboço de sua expressão emocional presente e futura, e comportamento. Estes podem ou não ser adequados, de modo que a educação deve tornar-se um apoio e guia para elas.
Para a saúde emocional ideal, temos de mudar a maneira como o cérebro se desenvolve. A ideia é que através do amor e da educação emocional, promovamos determinadas conexões neurais saudáveis.
“Ou seja, todas as crianças e todos os adultos partem de características determinadas que têm de ser geridas em conjunto para alcançarem seu bem-estar físico e emocional.”
Por exemplo, o fato de uma criança ser tímida por natureza, muitas vezes faz com que os adultos ao seu redor a superproteja, fazendo com que ela se torne ansiosa e perturbada com a passagem do tempo.
A este respeito, com o que sabemos hoje, a educação emocional requer algum desaprender adulto. Uma criança tímida deve aprender a nomear suas emoções e enfrentar o que a machuca, você não deve sentir que cortamos suas asas porque é vulnerável.
Um adulto deve mostrar empatia sem reforçar seus anseios e as suas preocupações, propondo transformar novos desafios sócio-emocionais que lhes permitam evoluir. Isto é, proteger a sua saúde emocional através do desenvolvimento de seus recursos naturais.
As chaves básicas para uma educação emocional saudável
1. Os especialistas recomendam frequentemente ajudar as crianças a falarem sobre suas emoções como uma forma de entender a si mesmas e aos outros. No entanto, as palavras representam apenas uma pequena parte (10%) do verdadeiro significado que obtemos através da comunicação emocional.
Por esta razão, não podemos ficar sozinhos na verbalização, mas devemos ensiná-las a entenderem o significado da postura, expressões faciais, tom de voz e linguagem corporal de qualquer tipo. Isto irá ser muito mais eficaz e abrangente para seu desenvolvimento.
2. Por anos, tem sido promovido o desenvolvimento da autoestima da criança através de elogios e exaltações constantes. No entanto, isso pode fazer mais mal do que bem. Elogios só ajudam os nossos filhos a se sentirem bem sobre si mesmos se forem relacionados com realizações específicas e com o domínio de novas habilidades.
3. O estresse é um dos maiores inimigos das crianças. No entanto, é um inconveniente com o qual temos de viver, então protegê-las em excesso é uma das piores coisas que podemos fazer. Elas têm de aprender a lidarem com essas dificuldades naturais, de modo a desenvolverem novas vias neurais que lhes permitam adaptar-se ao ambiente em que vivem.
“Não podemos tentar criar nossos filhos em um mundo de inocência e ingenuidade, como a Disney. stress e ansiedade são parte do mundo real e da experiência humana, assim como amor e carinho.
Se tentarmos remover esses obstáculos, vamos evitar a oportunidade de aprendermos e desenvolvermos as capacidades realmente importantes que ajudam as crianças a enfrentarem os desafios e decepções inevitáveis na vida.”
Fonte: La Mente es Maravillosa
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segunda-feira

O que andamos a fazer?

Estamos a criar seres humanos que não são ensinados a escolher e depois querem que quando são adultos sejam seres humanos felizes e de sucesso e ainda por cima escolham?!? Estamos a criar robots, seres que não precisam de se mexer, nem pensar, nem querer, nem escolher... está tudo feito para eles usarem e têm de usar daquela forma...Inventou-se uma coisa chamada modelo pedagógico, tipo cartilha e acredita-se nisso... Não há seres humanos iguais... não há tretas de modelos... não há cartilhas... Há pessoas... Temos crianças que se cansam se andam, crianças que se cansam se pensam!
Para que elas parem receita-se a tão famosa Ritalina...Com efeito comparável ao da cocaína, droga é receitada a crianças questionadoras e livres. Professora afirma: “podemos abortar projetos de mundo diferentes”. A criança “sossega”: pára de viajar, de questionar e tem o comportamento zombie like. Uma pediatra conhecida chega a dizer: corremos o risco de fazer um genocídio do futuro. Quem está sendo medicado são as crianças questionadoras, que não se submetem facilmente às regras, e aquelas que sonham, têm fantasias, utopias e que ‘viajam’. Com isso, o que está se abortando? São os questionamentos e as utopias. Só vivemos hoje num mundo diferente de mil anos atrás porque muita gente questionou, sonhou e lutou por um mundo diferente e pelas utopias. Estamos dificultando, senão impedindo, a construção de futuros diferentes e mundos diferentes.
Sedentarismo físico e mental! Deixem a malta ser, pensar, escolher, procurar, inventar, descobrir, ser criança, tão simplesmente!

sábado

O Medo

O medo é psicológico... É uma forma de nos protegermos do que por qualquer razão ou em algum momento nos fez doer ou porque simplesmente é desconhecido... Mas como diz Caio " para a gente viver de verdade, a gente tem de quebrar a cara. Tem de tentar e não conseguir. Achar que vai dar certo e ver que não deu. (...) A gente perde, leva porrada, é passado para trás, cai". Depois? Depois, nós nos levantamos e fazemos de novo, fazemos diferente, fazemos o que for preciso para o vencer... O medo... Precisamos dele, mas precisamos também de perceber que por vezes ele apenas nos fixa, nos torna imóveis e infelizes nessa imutabilidade. Quando trabalhamos o medo, a vontade, a escolha dentro de nós, aprendemos que conseguimos viver com os medos bloqueadores, que são apenas os bois da cara preta e que nós já aguentamos umas caretas da vida. Se algo te prende e tu percebes que não é para ti, se queres mesmo fazer aquilo, não tenhas medo e voa...
(Se caíres, é passado, fica lá atrás, dói demais, mas passa mais rápido do que quando tiras um penso devagarinho). 🌠

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sexta-feira

Ser Mulher

(Espero ainda não ser hoje que a brigada me apanhe...)
(informo que este post está recheado de generalizações, algo que confesso que não sou nada adepta e afirmo que tenho a consciência de existirem inúmeros casos onde nada disto acontece ou até mesmo o contrário se possa verificar, de qualquer das formas aqui fica o registo...)
Não sendo eu crente, sei que quando lá chegar acima ou abaixo vou ter de ter uma conversa com ele (sim, terá de ser um ele, para não ter planeado a coisa de forma mais equilibrada e conseguir ficar sentado no sofá enquanto inúmeras situações se passam à sua volta, e como homem que será, pensará: ela resolve).
Isto é ser Mulher...
Bem sei que as mulheres "de agora" são seres um bocadinho diferentes, trabalham fora de casa para ter dinheiro para sobreviverem, trabalham fora de casa porque as faz feliz, têm direito a escolher, vejam bem, até a votar. Têm filhos, assim como dantes, mas por vezes até escolhem nunca casar ou se divorciar, porque assim entendem que podem ser mais felizes... mas nunca se esquecem que são mães (avisei das generalizações) e por isso trabalham e até têm uma vida para além de serem mães, porque vejam bem, elas agora até têm direito a isso, a ter uma vida. Bem sei que para trabalharem e principalmente em cargos de chefia ou com algum grau de responsabilidade têm de ser as melhores, pois existem cerca de 4 ou 5 homens menos competentes nos seus calos que ao primeiro vacilo, atingem esse posto, não por mérito, mas por terem um sexo diferente (sim porque para o homem o cérebro está colocado aí)... (Não querendo abusar nas generalizações...)
Estas que escolhem ser solteiras, ter filhos, que obviamente trabalham, que obviamente são muito boas, não podem pôr o trabalho em primeiro lugar, pois têm filhos, que estão a crescer, precisam de amor, carinho, atenção, dedicação, higiene, roupa e merdas para além de tudo o que é necessário. E sim, não podem ficar no trabalho até estar acabado, pois os filhos, esses sim ficariam mal acabados, cresceriam com dificuldades de amor, ansiedade de separação, entre outras coisas que não me vou alongar agora.
Saem do trabalho e há todo um mundo para fazer, o blá blá que os homens falam... só falam... Sim, TPC's, comida, banhos, conversas, histórias... Tempo, tempo dedicado a eles, para estar, ouvir, sentir... coisas de mulher, vá.
Depois também têm de ter tempo para os mínimos para si própria... espera, os máximos, são mulheres, precisam de ser lindas, jovens, com sorriso na cara e rabo duro... E para isso é preciso? Tempo... Que elas inventam, cabeleireiro, unhas, depilação, ginásio... e muitas vezes psicoterapeuta para ajudar nesta merda do tempo que não estica... Quando é que fazem isto? Oh pá, não sei bem, mas elas conseguem são mulheres "de agora" que escolhem, mas que são tão escravas como antes, de uma escravatura diferente, mas igualmente escravas, escravas de uma perfeição que se não existir o mundo cai... Que se lixe o mundo! Não é bem assim, precisamos de trabalho e dinheiro, porque escolhemos e quem nos escolhe acha que não basta que sejamos mulheres, temos de ser as tais, as super, aquelas que são mesmo boas em tudo para poder fazer o que os que se sentam no sofá fazem de perna cruzada....
Sim são generalizações e sim, o mundo é mais bonito que isto, mas não é para todas e é para essas que escrevo este texto e é para essas que hoje bebi café na auto-estrada, pois sei que o tempo é tão pequeno para o mundo que pretendem engolir... E têm tanto direito a ele!

quarta-feira

Projecto de Felicidade (5)

 A felicidade aumenta muitas das vezes quando OLHAS para aquele "cantinho" que te recusas a OLHAR todos os duas. Medo? Preguiça? Inércia? Comodismo? Só tu saberás a resposta... Mergulha em ti para te libertares do que pensas ser e descobre a liberdade de seres o que és, sem esforços para ser... o que é natural não têm de ser sustentado apenas o que é artificial... é através deste olhar profundo que te permites descansar de correr atrás do que a mente te diz que és, pois agora que te Vês, podes deixar vir à superfície o teu realmente eu. a verdadeira liberdade de não ter de ser o que impuseste a ti mesmo, relaxando de quem pensavas que eras para seres o que realmente és.
Como? Mergulha em ti e deixa-te ficar, não perdes tempo, o melhor que te pode acontecer é ganhares-te a ti.
#projectodefelicidade

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terça-feira

Ando em arrumações de mim mesma...

O raio das peças espalhadas que não encaixam em lado nenhum acabam por deixar marcas que fazem ouvir as vozes: o que tens? Merda, é o que tenho, merda a mais espalhada... Faz mal à alma, ao físico, aos olhos e ouvidos. Merda, sim vai à merda, onde pertences... Lá é o teu lugar, percebes? Sabes aquele cocó que o Nuno Markl fez? Mesmo esse, é tão linda, faz-lhe companhia e deixa-me em paz... Isso ignora... é o que o ser humano melhor sabe fazer, ignorar, ser avestruz e tu de tanto conviveres com ele aprendeste a fazê-lo na perfeição. Estás surda? Porque não me espanto! Outra qualidade fabulosa do ser humano, fazer-se de surdo, de cego, de acéfalo... Olha assim como tu! Mas posso ter de dar várias voltas ao pinhal, ter de trepar paredes, pendurar-me no candeeiro, mas tu vais para o sítio onde pertences! Vais para a merda... no fundo vais ser aquilo que todos nós deveríamos ser... o que realmente somos! (Eu juro que há dias que gostava de ser acéfala).

segunda-feira

Projecto de Felicidade (4)

Lá venho eu vos propor uma reflexão, mas se isto de reflectir não é a vossa "onda" desçam o cursor, o que existe mais por aí é posts sobre assuntos interessante ;) já se deram conta da quantidade de energia que perdem em coisas mal resolvidas que ficam na vossa mente, conflitos desnecessários, tons de voz que conduzem a consequências muito diferentes do desejariam, posturas diárias de resignação que influência a vossa disponibilidade para exercitar o que vos faz feliz? Tenho a certeza que sim... É para isso que serve o projecto de felicidade, reflectindo sobre cada ponto, podemos direccionar a nossa, somente a nossa para onde realmente ela tem efeitos positivos.
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domingo

Projecto de Felicidade (3)

Para sermos felizes precisamos de energia para continuarmos a exercitar aquilo que sabemos que nos faz feliz... Em quantas coisas perdes energia necessária? Não dormindo? Não fazendo exercício? Vivendo num ambiente desorganizado física e visualmente? Acumulando tarefas que se prolongam no tempo? Não deixando espaço para o que te faz feliz, torna-se difícil ser mais feliz... Há alguma coisa na tua vida que podes alterar para teres ganhos de energia? É assim tão difícil inúmerar num papel e fazendo certos, quando concluídos? Que tal começares hoje?
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