quarta-feira

O que é isso do amor afinal?

Acredito que o amor existe para sermos mais felizes, mais felizes do que somos sozinhos... acredito que o amor não nos pode roubar a calma e a alma... acredito que só vale a pena se for para valer, a dar tudo, a amar até ao tutano do osso... acredito que existe para nos fazer crescer, para nos tornar melhores, para nos carregar quando não temos forças, para nos mostrar como se faz certo, para nos acarinhar nas horas difíceis e nos fazer sorrir... para rirmos em conjunto quando a vida vai bem, quando tudo está no ponto, no gosto, na temperatura...
Não acredito em amores que nos roubam, nos assaltam, que nos matam aos poucos... não acredito em penduras, em parasitas... não acredito em gente que não sabe Ser, mas que quer ter, ganhar, vencer... não acredito num amor não dedicado, não preocupado, ausente, à espera que passe... esses amores, que nada têm de amor, a única coisa que nos acrescentam é uma sensação de diminuição...
acredito que pessoas que "amam" assim, não se amam, não se valorizam e a única coisa que querem é diminuir o outro à sua dimensão. assim como um homem que bate numa mulher ou uma mulher num homem, qualquer agressão, verbal, sentimental, aliada à mentira, nada tem de amor, mas sim de falta de cérebro... como compreendo quem não consegue sair, quem não tem força para bater a porta, quem não consegue ficar sozinha... já sente que vale tão pouco, como ter força para lutar por mais? sim, mereces mais, mereces por ti, pelos que te amam, pelos que lutas todos os dias... mereces porque és gente com vontades, desejos, que tem direito a ser amada em bom, aquele amor que é de verdade, onde se despe a camisola, as calças e toda a merda agarrada para os poderes ir buscar onde tiverem. e sim, isso é aquilo que eu acredito... muitos me chamam de irrealista por querer um amor assim e não me bastar as migalhas que o outro está disposto a dar. se pões o avental todos os dias, amassas a massa e és capaz de fazer pães maravilhosos, nunca, mas nunca te contentes com migalhas...
O amor para mim é feito de farinha, água, sal e fermento, amassado a dois, sujos a dois e comido a dois... se não for assim, não é preciso que uses avental, deixa que eu faço pão sozinha... afinal sou filha de padeiro.

2 comentários:

Claudia disse...

Rute encontrei o blog no comentário do blog da Catarina Beato, e simplesmente achei este texto toca de forma clara um sentimento que toca a muitos! Inclusive já vivi isto. Depois, claro, voltei logo a ser filha do padeiro!! Que assim é que sinto bem:) até ver:) obrigada pelo texto

RB disse...

Em alguns momentos é isso mesmo que temos de ser... e depois se conseguirmos construir uma padaria, ainda melhor.
Um beijo e muita felicidade