sábado

Ela saiu a correr do bar e deixou tudo para trás,

as saudades do tempo que poderiam ter vivido, os olhos molhados que pousam na foto que a parede cansada ainda mostra. Não desistiu, ao contrário do que as vozes da ignorância gritam, escolheu o caminho que teimam em afirmar de louco. "Loucos são vocês, aí sentados nesse bar, a olhar a mesma foto e a falar das saias curtas e olhos vazios que desfilam." Ela queria mais da vida. "O que queres mais?" " Nunca irias perceber, pois apenas vês o que as palas te permitem ver. Fecha-te na caverna, pois só saberás viver no mundo das sombras, nunca aguentarias ver o sol que busco ver. Tu aí és senhor, pedir-te mais é loucura, minha. Só não me peças para ficar, preciso de sentir o sol, a chuva, o ruído, a magia, a fantasia, o vento. Não entendes pois não? Tal como não entendo como te chega ficares aí..." E essas foram as suas últimas palavras que se ouviram em eco naquela sala vazia ou cheia, depende de quem a olhava...

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