segunda-feira

Ausência

O vazio tocou ao de leve, escalou pela perna e instalou-se. Estreia-se velozmente, desampara, desabriga, desprotege e perdura vagarosamente.
A dor acompanha a jornada que se adivinha tortuosa e desleal. Os dias passam morosamente, numa delonga, que lacera, que estraçalha.
O corpo fica miúdo e dormente, o que envolve perde o sentido, estranha o sabor, altera a cor. Uma nuvem constante partilha os pensamentos que por mais que vão, dobram.
A vontade de não permanecer, de não existir, de não querer saber, se avoluma.
O desespero espreita, a sanidade oscila e o desassossego comparece.
Um renascer promete atrasar, um esquecer afirma-se quimérico.

6 comentários:

Paulo disse...

Afinal há sempre "«fados» nos sentidos".
Ao ler estas palavras pensei numa quadra cantada por Amália Rodrigues:
" Trago versos trago sons
Duma grande sinfonia
Tocada em todos os tons
Da tristeza e da agonia"

Sabe: O amor/amizade não se conjugam no passado: ou se ama para sempre, ou nunca se ama verdadeiramente.

Mistérios que pessoas como as que abaixo indicadas tão bem sabem explicar
- Sigmund Freud;
- Alfred Adler;
- Carl Gustav Jung;
- Jacques Lacan;
- Mélanie Klein;
- Carl Rogers;
- Jean-Martin Charcot;
- Wilhelm Reich;
- Jacob Moreno;
- julius Evola (em metáfisica do Sexo).
Gostei muito de ler "o psiquiatra, o seu «louco» e a psicanálise", de Maud Mannoni, edições afrontamento.

Que grande comentário...afinal agora não fiquei sem palavras....
Onde fica o lugar conferido à loucura...?
bjs
Paulo

cloinca disse...

As tuas palavras fzem-me lembrar muitos momentos de "ausência" pelos quais já passei.
Tens a capacidade de nas tuas palavras no fazer beber emoções...
e isso é único Rute!
Continua a escrever!! Escreve muito, muito!!
Volto sempre para te ler!
beijos,
Cláudia

Anónimo disse...

O pior da ausencia é sempre o vazio.
Que tenhas muito poucas ausencias ao longo da vida e que não te machuquem a ponto de perderes o sorriso,
Beijo

Smas disse...

Senti cada uma das tuas palavras: a ausência pela qual já passei tantas vezes.
Bjs

Anónimo disse...

A ausência é sempre muito muito má. Eu nem quero falar nisso.
Jinhus e fica bem

M disse...

ando ausente...a tentar ludibriar a memória, p n me perder no caminho da minha felicidade....

bjinhos

PS: continuo sem conseguir escrever no blog do rodrigo, n sei o q se passa