sábado

Intrínseco

Desligo o rádio. A rua está deserta e não há mais caminho por percorrer. A manhã desponta com um azul envergonhado que deixa vislumbrar o tanto que se sabe. Sabe? A chuva cuidadosa desenha no vidro um singelo sopro de novidade. A vida deu a curva redonda de um final adiado pela vontade, sobrando a querença por um recomeço. A porta empurrada pela força humana, teima em se deixar prender. Olho a casa com janelas aos quadrados, alinhadas como se um jogo fizesse parte dela. Nublado. A escuridão acometia o espaço. Bato a porta. Encosto a cara. Repouso. Volto a abrir. Ninguém. Escuto ao longe uma súplica que se torna pequena, com a dimensão de um zoado incomodo. Vinha de dentro? Dentro. O redor assusta. A vida assusta. Qual? Sigo a seta que o chão indica. Resta o nada. Sobro eu. A linha é longa, extensa demais para as pernas cansadas do atalho que se decidiu. Não. É talvez curta para o que ainda há para distinguir. O contorno azulou e a estafa virou companhia de uma história contada a uma só voz.

4 comentários:

Tita Dom disse...

Tinha tantas saudades...
A vida não assusta linda... as pedras que aparecem muitas vezes no caminho, essas sim, muitas vezes assustam...
Beijo grande

M disse...

deixaste-me...sem palavras....

bj meu
gmdt :)

aqui tb

João JR disse...

...passei para te dar um gd beijinho, e boas férias se for caso disso:)

*Um Momento* disse...

A vida é assim mesmo... momentos
Mas temos que ser fortes...
Olhar para o nosso coração e aprender a gostar mais de nós, pois o sofrer apenas nos faz doer...
Um beijo ... um abraço
(*)